Entendendo melhor a Depressão

1. Depressão é uma doença

Cientificamente comprovada, a depressão é uma doença que pode ocorrer com qualquer pessoa. Ela afeta o estado emocional, o humor, os pensamentos, os comportamentos e componentes biológicos do indivíduo. Associar os sintomas depressivos à falta de fé, à fraqueza, a falhas de caráter, à falta do que fazer, à frescura ou como “coisa de doido” não é correto e produz ainda mais sofrimento em quem está deprimido.

2. A depressão atinge milhões de pessoas ao redor do mundo

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), estima-se que, no mundo, 300 milhões de pessoas sofrem de depressão. Já no Brasil, dados do último mapeamento realizado pela OMS apontam que 11 milhões de brasileiros sofrem de depressão. Um estudo epidemiológico mais recente do Ministério da Saúde revela que, nos próximos anos, até 33 milhões de brasileiros poderão sofrer depressão ao menos uma vez ao longo da vida.

3. A depressão pode ter causas endógenas e exógenas

Sabe-se que eventos traumáticos ou que gerem grande sofrimento na vida da pessoa (como a morte de alguém próximo, o rompimento de uma relação amorosa, uma demissão inesperada) podem desencadear o surgimento da depressão. Porém, isso não é regra absoluta. Alguns quadros depressivos são desencadeados por fatores endógenos (desregulação de hormônios, vitaminas e neurotransmissores) e independem do contexto externo.

4. Tristeza e depressão não são a mesma coisa

Ficar triste é natural e faz parte da nossa humanidade. O esperado, porém, é que a tristeza passe em alguns dias e abra espaço para outras emoções. Na depressão é diferente: a tristeza perdura por um longo período e nem sempre há um motivo aparente.

5. Sintomas mais comuns da depressão

Os sintomas mais comuns são sentimentos frequentes e persistentes de tristeza, culpa e falta de esperança, perda de interesse ou prazer, dificuldades de concentração, fadiga, irritabilidade, alterações no sono (dormir pouco ou em excesso), alterações no apetite (redução ou aumento da vontade de comer), pensamentos prevalentemente negativos, alterações psicomotoras (ficar letárgico ou agitado) e ansiedade. Contudo, os sintomas da depressão podem variar consideravelmente de pessoa para pessoa. Nem todos os sintomas precisam estar presentes para o diagnóstico ser realizado.

6. Depressão tem tratamento

O tratamento visa a remissão dos sintomas, ou seja, a ausência de sinais e sintomas significativos por um período prolongado. Pode acontecer o retorno dos sintomas, o que pode demandar um novo tratamento. No lugar do termo “cura” é mais assertivo usar o termo “manejo”. Isso se deve ao fato do humor ser uma experiência contínua na vida das pessoas, portanto precisa ser observado e manejado continuamente. Existem várias técnicas e ferramentas para manejar o humor que são ensinadas pelos profissionais de saúde mental às pessoas com depressão. Aprender esse manejo é fator de prevenção para a reincidência de episódios depressivos.

7. O uso de medicação pode ser necessária

Em muitos casos, faz-se necessário o uso da medicação para reequilibrar a neuroquímica cerebral e, assim, estabilizar os sintomas. Nesses casos, o uso da medicação é recomendado associado à psicoterapia. Desse modo, os dois tipos de intervenção funcionam juntos potencializando a melhora clínica. Quando indicado, o tratamento medicamentoso precisa ser realizado de maneira sistematizada e responsável.

8. A depressão pode se apresentar junto com outros transtornos psicológicos

Chamamos de comorbidade quando duas ou mais doenças relacionadas ocorrem na mesma pessoa. É comum, por exemplo, a depressão e a ansiedade comparecem juntas.

9. Se você está passando por uma depressão, alguns lembretes são importantes:

- Você não tem culpa de estar se sentindo assim.

- Buscar ajuda não é sinal de fraqueza e sim de muita coragem.

- A depressão é uma doença tratável. Você pode voltar a ter uma vida satisfatória e

significativa.